Num corriqueiro feriado - espero que seja o último - sozinha em casa, estudando, sem nada de saudável na geladeira e na fruteira, resolvi dar uma caminhada até o mercado mais próximo, 15 minutos na passada rápida.
Fiz o que precisava, escolhi frutas e verduras e fui pro caixa. Enquanto aguardava, dispersa, o senhor da minha frente passar as compras, fui surpreendida por ele mesmo, que disse para a operadora de caixa: "Opa, não empurra!".
A jovem trabalhadora, que devia estar mais de saco cheio do que eu, por ter de cumprir deveres em pleno feriado, disse: "Não empurra o quê?".
O homem bigodudo logo se manifestou: "Você está empurrando as compras. Pensa que não estou vendo? Vocês fazem isso mesmo, só que um dia a gente está de mau humor e dá nisso", resmungou.
Não sei do que ele falava. Apesar de estar dispersa no início do bafafá, não tinha nada de mais na forma com que a operadora registrava os alimentos, para serem guardados a seguir.
Acho que o bigodão dormiu com a bunda descoberta e descontou na pobre da menina. Eu não ia deixar barato com aquele senhor distinto.
Tomei as dores da menina quando vi que ele colocava a mercadoria lerdamente nas sacolinhas - odiadas pelos ambientalistas - e fazia a fila crescer.
Soltei: "É, se o senhor precisasse de empacotador, já deveria ter chamado".
Ele, sem graça, se redimindo pelo bafão: "Tem razão, tem dia que não estamos bem. Desculpa, viu", virou-se para a operadora e desculpou-se também e completou "não importa como, precisamos mesmo ter educação".
Concordo, no entanto, se não fosse meu remedinho de TPM, em pleno feriado de sol, trancada com computador e livros, minha educação poderia se esvair ali em qualquer momento de descuido.
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