Andar pelo Pelourinho, naquelas ladeiras de cansar as canelas, ver arte baiana espalhada pela rua, falar com o povo... Ah, que delícia!
A festa no terreiro do Gantois, no qual foi servida a comida de Oxum, foi uma das manifestações religiosas mais lindas que já vi. Gerações reunidas no candomblé a dançar para os antepassados.
Esse texto começou a ser escrito na sala de embarque do aeroporto Deputado Luís Eduardo Magalhães, mas foi logo interrompido por uma certa gritaria da qual eu desconhecia o motivo. Passavam pessoas com camisas de time de futebol de um lado para o outro e eu, nada conhecedora dessa habilidade brasileira, me perguntava o que aquele povo todo fazia por lá.
“Bahia, minha porra!!!”, exclamava um senhor sentado ao meu lado. Os meninos que o acompanhavam respondiam da mesma forma. Embarcariam no mesmo vôo que eu (para S. Paulo) para assistir ao jogo Bahia X Bragantino, no Morumbi.
“O Bahia não é um time, é uma religião. A torcida, em São Paulo, vai lotar o Morumbi”, disse a animada engenheira Soraya, com bandeira do time amarrada nas costas. E quem era eu para desacreditar nesse amor?
Foi assim que voltei, tristonha de certa forma, mas com a alegria dos torcedores tricolores, de um dos Estado com o qual tanto me identifico, que mal sabiam que o resultado seria 2x0 pro time paulista.
*Inicialmente escrito em Salvador, esse texto foi finalizado dias depois em São Paulo.